segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

“Trabalhamos com Pretos Velhos e Caboclos”






Para espanto de muitos, no Luzes da Nova Era foi hasteada uma bandeira-

“Aqui nós trabalhamos com pretos-velhos e caboclos”.

Não deixamos de ser espíritas ou de seguir a doutrina espírita codificada por Kardec. Na Codificação, Kardec em nenhum momento forneceu detalhes a respeito da roupagem fluídica dos espíritos que poderiam estar presentes nas reuniões mediúnicas.O que importa, segundo a doutrina, é o conteúdo da mensagem, é o trabalho que o espírito executa na Seara do Bem. Como sabemos o espírito pode se apresentar diante de nós, com a aparência que bem entender.

Em muitos centros espíritas, defensores da “pureza doutrinária”, falar em preto, ainda mais velho, é assunto proibido. Preto velho não é espírito elevado e não pode servir como mentor de ninguém. Dessa forma, estão criando a senzala no mundo espiritual.

O que muitos ignoram é que mesmo discriminados e no anonimato, muitas mães e pais velhos dão importante contribuição nos centros espíritas.Trabalham no anonimato pois para eles, o que importa é fazer o Bem, mesmo que não sejam reconhecidos . Os pretos-velhos trabalham com a matéria e os fluidos astrais com extrema competência. São eles que manipulam o ectoplasma, utilizado em reuniões de cura e tratamentos espirituais. Com sua autoridade moral, os pretos-velhos são respeitados entre os representantes das sombras e muitos deles são temidos por essas falanges de obsessores. São as falanges dos pretos-velhos que fazem frente aos chefes das trevas, penetram nos antros tenebrosos do astral, invadem as bases das sombras, desmancham os trabalhos de magia negra. E muita gente, ingenuamente, pensa que isso só acontece em terreiros de Umbanda!

Na Codificação Kardec não falou nada a respeito de pretos velhos. Também, pudera.Não havia negros na França. Naquela época não existia a emigração das colônias africanas para a França.

Nossa saudação aos médicos e enfermeiras alemães, às freiras e padres católicos, aos egípcios e indianos, a todas as falanges que atuam na pátria espiritual em torno da doutrina de Kardec. Mas não podemos nos esquecer que além dos médicos, filósofos, advogados, sacerdotes e freiras brancos e de origem européia, também morriam indígenas e pretos. E para onde iriam os espíritos dos negros que desencarnaram na psicosfera do Brasil?

Aruanda é o mundo espiritual onde moram os pretos velhos. E o ponto cantado da Aruanda diz assim:- “Aruanda é longe, e ninguém vai lá. É só preto velho que vai lá e torna a voltar.”

E todos os que moram na Aruanda carregam a bandeira da Caridade.

O que muita gente não sabe é que por trás da roupagem humilde e da aparência e linguagem simples de muito preto-velho, ou pai velho, se escondem espíritos que foram sacerdotes, iniciados e sábios que pertenceram a Escolas Iniciáticas nos Templos da Lemuria, da Atlântida, que estiveram nas “Torres do Silêncio” – os templos iniciáticos da Pérsia, nos templos iniciáticos do Egito e da Babilônia. E muitos desses iniciados, num gesto de humildade e renúncia, reencarnaram na mãe África para orientar aquele povo sofrido, principalmente no momento em que se enchiam os navios negreiros rumo às terras brasileiras. Esses magos e inciados, reencarnaram no Congo, em Angola, em Daomé, e outras nações da costa ocidental africana.

E esses magos e iniciados, que guardam a sabedoria milenar que arquivaram em sua memória espiritual e todo o conhecimento de suas existências passadas, disfarçados na aparência de pais velhos, utilizam suas técnicas e bagagem espiritual a serviço do Bem, São simples e discretos. Preferem o anonimato e sem ostentar seus conhecimentos, se camuflam na roupagem espiritual de um ancião negro. Que maravilhoso exemplo de humildade!

Que nos perdoem os eruditos e doutores do espiritismo, que pretendem a “pureza doutrinária da Doutrina”, mas não podemos deixar de dizer, com o coração cheio de respeito e gratidão;

- Salve Pai Benedito de Aruanda! Salve todas as falanges de pretos e pretas velhas! Sejam todos bem vindos pois, é com orgulho e respeito que está escrito na nossa bandeira espiritual: “ Nós trabalhamos com pretos velhos e caboclos”.

- Salve a Aruanda! Salve os pretos e pretas velhas

http://luzesdanovaera.webnode.com.pt/news/trabalhamos-com-pretos-velhos-e-caboclos-/

Sabedoria do Preto Velho - Perdas


Pai João de Aruanda
Grandes perdas às vezes significam grandes decepções.
Mas como perdemos aquilo que não é nosso?
Meus filhos julgam, às vezes, que perderam um ente querido pela morte. Mas essa visão é errada. Solte o seu parente que você julga morto. Aprenda a libertar a sua alma e deixar que ele voe nas alturas de sua própria vida.
Muitos dos filhos acham que reter significa possuir. Engano. Na vida, o que possuímos de verdade é aquilo que doamos.
Se você desejar reter as almas queridas, através de suas emoções e sentimentos desequilibrados, você se transforma aos poucos em pedra de tropeço para aqueles que você diz amar.
Amor não é posse. Amar é doar, é libertar, é permitir que o outro tenha a oportunidade de escolher e trilhar o caminho que lhe é próprio. Amar é permanecer amando, mesmo sabendo que os caminhos escolhidos são diferentes do nosso.
Então, meu filho, você não perdeu ninguém, não perdeu nada. Perdeu, talvez, a oportunidade de aproveitar a experiência e aprender a mar de verdade. Esse sentimento de perda é o maior atestado de uma alma egoísta.
Ame mais, meu filho. Liberte-se e procure ser feliz. Mas, pelo amor de Deus, deixe os outros prosseguirem e, assim, encontrarem também o seu caminho. Ainda que seja do outro lado da vida. Ou talvez desse mesmo lado. Quem sabe?
É preciso continuar amando. Mas é necessário que você entenda: seu tempo em companhia daquela alma que você diz amar já passou.
Aprenda de uma vez, meu filho. Toda posse, todo apego é caminho para a obsessão.
Pense nisso um pouco.

Retirado do livro Sabedoria de Preto Velho Robson Pinheiro

domingo, 23 de janeiro de 2011

DEFICIÊNCIAS


" Deficiente" é aquele que não consegue modificar
sua vida, aceitando as imposições de outras
pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter
consciência de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio,
de fome, de miséria.
E só tem olhos para seus míseros
problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um
desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão.
Pois está sempre apressado para o trabalho e
quer garantir seus tostões no fim do mês.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que
sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção
daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.
E, finalmente, a pior das deficiências
é ser miserável, pois
"Miseráveis" são todos que não conseguem falar
com Deus.
"A amizade é um amor que
nunca morre."

(Mário Quintana)

Dinheiro


O dinheiro não é a luz, mas sustenta a lâmpada.
Não é paz; no entanto, é um companheiro
para que se possa obtê-la
Não é calor, contudo adquire agasalho.
Não é o poder da fé, mas alimenta a esperança.
Não é amor, entretanto, é capaz de erguer-se por
valioso ingrediente na proteção afetiva.
Não é tijolo de construção, todavia, assegura as atividades que garantem o progresso.
Não é cultura, mas apóia o livro.
Não é visão, contudo, ampara o encontro de instrumentos que ampliam a capacidade dos olhos.
Não é a base da cura, no entanto,
favorece a aquisição do remédio.
Em suma, o dinheiro associado à consciência
tranqüila, alavanca do trabalho e fonte de
beneficência, apoio da educação e alicerce da
alegria, é uma bênção do Céu que,
de modo imediato, nem sempre faz felicidade,
mas sempre faz falta.

Bezerra de Menezes

Anjos Guardiães


Os anjos guardiães são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre.
Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis.

Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, jamais se impacientando ou os abandonando, mesmo quando eles, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação.

Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão.

Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta.

São sábios e evoluídos, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, que buscam transmitir, de modo que as criaturas se integrem psiquicamente na harmonia geral que vige no Cosmo.

Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem àqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou no fracasso, nos momentos de elevação moral e naqueloutros de perturbação e vulgaridade.

Nunca censuram, porque a sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após a queda, e permanecendo leais até que alcancem a meta da sua evolução.

Os anjos guardiães são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto aplicam milênios do tempo terrestre auxiliando aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecerem a liberdade de escolha.

Constituem a casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da humanidade e da Terra, trabalhando com afinco para alcançar as metas que anelam.

Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada a um anjo guardião, em quem pode e deve buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele conduzir em nome da Consciência Cósmica.

*

Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.

Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.

Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante.

Quando alcances as cumeadas do êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres.

Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio.

Na saúde, mantém o intercâmbio, canalizando tuas forças para as atividades enobrecedoras.

Muitas vezes sentirás a tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração.

O teu anjo guardião não poderá impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus pensamentos e atos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações... Todavia te induzirão ao amor, a fim de que te eleves e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem.

O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo.

Imana-te a ele.

Entre eles, os anjos guardiães e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da humanidade.

Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as diretrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus levará ao Pai Amoroso.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

Confia Sempre


Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.

Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue

para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima

de ti mesmo.Crê e trabalha.

Esforça-te no bem e espera com paciência.

Tudo passa e tudo se renova na terra,

mas o que vem do céu permanecerá.

De todos os infelizes os mais desditosos

são os que perderam a confiança em Deus e

em si mesmo,porque o maior infortúnio é

sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.

Eleva, pois, o teu olhar e caminha.

Luta e serve. Aprende e adianta-te.

Brilha a alvorada além da noite.

Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe

o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te

com a aflição ou ameaçando-te com a morte...

Não te esqueças, porém, de que amanhã será

outro dia.

Meimei


psicografia de Francisco C. Xavier

Prece dos aflitos e agonizantes


Senhor Deus, Pai dos que choram,
Dos tristes, dos oprimidos.
Fortaleza dos vencidos,
Consolo de toda a dor,
Embora a miséria amarga,
Dos prantos de nosso erro,
Deste mundo de desterro,
Clamamos por vosso amor!

Nas aflições do caminho,
Na noite mais tormentosa,
Vossa fonte generosa
É o bem que não secará...
Sois, em tudo, a luz eterna
Da alegria e da bonança
Nossa porta de esperança
Que nunca se fechará.

Quando tudo nos despreza
No mundo da iniqüidade,
Quando vem a tempestade
Sobre as flores da ilusão!
O! Pai, sois a luz divina,
O cântico da certeza,
Vencendo toda aspereza,
Vencendo toda aflição.

No dia de nossa morte,
No abandono ou no tormento,
Trazei-nos o esquecimento
Da sombra, da dor, do mal!...
Que nos últimos instantes,
Sintamos a luz da vida
Renovada e redimida
Na paz ditosa e imortal.


EMMANUEL

Psicografia de Francisco C.Xavier

Livro: Paulo E Estevã
o

Paginas 162 e 163

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Auto-Encontro


A ansiosa busca de afirmação da personalidade leva o indivíduo, não raro, a encetar esforços em favor das conquistas externas, que o deixam frustrado, normalmente insatisfeito.

Transfere-se, então, de uma para outra necessidade que se lhe torna meta prioritária, e, ao ser conseguida, novo desinteresse o domina, deixando-o aturdido.

A sucessão de transferências termina por exauri-lo, ferindo-lhe os interesses reais que ficam á margem.

Realmente, a existência física é uma proposta oportuna para a aquisição de valores que contribuem para a paz e a realização do ser inteligente. Isto, porém, somente será possível quando o centro de interesse não se desviar do tema central, que é a evolução.

Para ser conseguida, faz-se imprescindível uma avaliação de conteúdos, a fim de saber-se o que realmente é transitório e o que é de largo curso e duração.

Essa demorada reflexão selecionará os objetivos reais dos aparentes, ensejando a escolha daqueles que possuem as respostas e os recursos plenificadores.

Hoje, mais do que antes essa decisão se faz urgente, por motivos óbvios, pois que, enquanto escasseiam o equilíbrio individual e coletivo, a saúde e a felicidade, multiplicam-se os desaires e as angústias ceifando os ideais de enobrecimento humano.

*

Se de fato andas pela conquista da felicidade, tenta o auto-encontro.

Utilizando-te da meditação prolongada, penetrar-te-ás, descobrindo o teu ser real, imortal, que aguarda ensejo de desdobramento e realização.

Certamente, os primeiros tentames não te concederão resultados apreciáveis.

Perceberás que a fixação da mente na interiorização será interrompida, inúmeras vezes, pelas distrações habituais do intelecto e da falta de harmonia.

Desacostumado a uma imersão, a tua tentativa se fará prejudicada pela irrupção das idéias arquivadas no inconsciente, determinantes de tua conduta inquieta, irregular, conflitiva.

*

Concordamos que a criatura é conduzida, na maior parte das vezes, pelo inconsciente, que lhe dita o pensamento e as ações, como resultado normal das próprias construções mentais anteriores.

A mudança de hábito necessita de novo condicionamento, a fim de mergulhares nesse oceano tumultuado, atingindo-lhe o limite que concede acesso às praias da harmonia, do autodescobrimento, da realização interior.

Nessa façanha verás o desmoronar de muitas e vazias ambições, que cultivas por ignorância ou má educação; o soçobrar de inúmeros engodos; o desaparecer de incontáveis conflitos que te aturdem e devastam.

Amadurecerás lentamente e te acalmarás, não te deixando mais abater pelo desânino, nem exaltar pelo entusiasmo dos outros.

Ficarás imune à tentação do orgulho e à pedrada da inveja, à incompreensão gratuita e à inimizade perseguidora, porque somente darás atenção à necessidade de valorização do ser profundo e indestrutível que és.

Terminarás por te venceres, e essa será a tua mais admirável vitória.

Não cesses, portanto, logo comeces a busca interior, de dar-lhe prosseguimento se as dificuldades e distrações do ego se te apresentarem perturbadoras.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

domingo, 9 de janeiro de 2011

O bom e o ruim


Ela era uma jovem talentosa e rica. Jamais conhecera dias ruins.

Crescera entre os livros, a arte e as horas de lazer.

Mas então decidiu deixar o lar paterno. Tinha sonhos grandiosos.

Inscreveu-se em um curso em país europeu e partiu. Meses depois, surpreendeu a família informando que pretendia não mais retornar à casa.

Identificava-se de tal forma com os costumes e a vida do país onde se encontrava, que se decidira por não retornar à terra natal.

Conseguir emprego para se manter foi um desafio. Falando fluentemente o inglês e o alemão, venceu barreiras.

Em uma tarde de passeio encontrou um rapaz, tão jovem quanto ela própria, e se apaixonou.

O namoro durou alguns meses, depois veio o matrimônio. Ele era escocês e logo ela descobriu que eram muito diferentes.

Ele manifestava atitudes que a magoavam profundamente. Ela se sentia só e infeliz.

Idealizara uma vida serena, a dois, e tudo o que encontrava a cada dia eram problemas se somando a dificuldades.

Recordou-se do aconchego materno e passou a telefonar para sua mãe, nas horas da madrugada, quando se sentia mais desesperada.

Não aguento mais, disse uma noite.

Que posso fazer, a tantas milhas de distância? Perguntava a mãe.

Servindo-se de palavras doces, foi acalmando a filha. E, por fim, lhe disse:

Filha, apanhe um sabonete e escreva num espelho: "Isso vai passar." Amanhã lhe telefonarei.

Quando a noite foi vencida pela madrugada ridente e as horas vespertinas se anunciaram, ela telefonou para a filha.

Em prantos, a moça lhe disse:

Eu escrevi, mamãe, como você mandou. Mas não adiantou nada. Nada passou.

Do outro lado da linha, a voz firme da mãe se fez ouvir:

Torne a apanhar o sabonete e embaixo da frase, escreva agora: "O bom e o ruim."

A filha não conseguiu entender muito bem o que a mãe lhe desejava dizer com aquilo, mas obedeceu.

Então, quando o telefone tornou a tocar, na rica residência dos pais, a voz da filha estava mais calma:

Eu entendi, mamãe. Entendi que devo analisar as coisas positivas, não somente ressaltar as questões ruins do meu casamento.

Escrevi tudo o que de bom já vivi com John. Quando comecei a relacionar as coisas ruins, percebi que não eram tantas quanto supunha.

Vou reformular minha vida. Vou tentar outra vez. Desejo ser feliz com ele.

Aliviada, a mãe percebeu que alcançara o objetivo. A filha estava analisando fatos e opiniões.

* * *

Não existem na Terra casamentos perfeitos. Existem, sim, casamentos harmoniosos, porque o casal se empenha em amenizar as diferenças, preocupa-se em renunciar a meros pontos de vista.

Tudo em prol da boa convivência.

Não se cogita de anulação da personalidade de um ou outro, somente em ajuste de entendimento, com paciência e boa vontade.

Mesmo porque, acima e além de tudo, existe o amor.

E o amor é capaz de superar diferenças. Promover a paz e solidificar a união.



Redação do Momento Espírita,
com base em história real.
Em 05.04.2010

http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1908&let=B&stat=0

Abraço de Deus


É uma avó que conta que, certo dia, sua filha lhe telefonou do Pronto-Socorro. Sua neta, Robin, de apenas seis anos, tinha caído de um brinquedo, no pátio da escola, e havia ferido gravemente a boca.

A avó foi buscar as irmãs de Robin na escola e passou uma tarde agitada e muito tensa, cuidando das crianças, enquanto aguardava que a filha retornasse com a menina machucada.

Quando finalmente chegaram, as irmãs menores de Robin correram para os braços da mãe. Robin entrou silenciosa na casa e foi se sentar na grande poltrona da sala de estar.

O médico havia suturado a boca da menina com oito pontos internos e seis externos. O rosto estava inchado, a fisionomia estava modificada e os fios dos cabelos compridos estavam grudados com sangue seco.

A garotinha parecia frágil e desamparada. A avó se aproximou dela com o máximo cuidado. Conhecia a neta, sempre tímida e reservada.

“Você deseja alguma coisa, querida?”, perguntou.

Os olhos da menina fitaram a avó firmemente e ela respondeu:

“Quero um abraço.”

* * *

À semelhança da garotinha machucada, muitas vezes desejamos que alguém nos tome nos braços e nos aninhe, de forma protetora.

Quando o coração está dilacerado pela injustiça, quando a alma está cheia de curativos para disfarçar as lesões afetivas, gostaríamos que alguém nos confortasse.

Quando dispomos de amores por perto, é natural que os busquemos e peçamos: “Abrace-me. Escute-me. Dê-me um pouco de carinho. Um chá de ternura.”

Contudo, quando somos nós que sempre devemos confortar os outros, mais frágeis que nós mesmos, ou quando vivemos sós, não temos a quem pedir tal recurso salutar.

Então, quando estivermos ansiosos por um abraço consolador nos nossos momentos de cansaço, de angústia e de confusão, pensemos em quem é o responsável maior por nós.

Quando não tivermos um amigo a quem telefonar para conversar, conversemos com Nosso Pai. Sirvamo-nos dos recursos extraordinários da oração e digamos tudo o que Ele, como Onisciente, já sabe, mas que nós desejamos contar para desabafar, aliviar a tensão interna.

Falemos das nossas incertezas e dos nossos dissabores, sobre as nossas decepções e nossos desacertos e nos permitamos sentir o envolvimento do Seu abraço de Pai amoroso e bom.

Não importa como o chamemos: Pai, Deus, Criador, Divindade. O importante é que abramos a nossa intimidade e nos permitamos ser acarinhados por Ele.

Ele sempre está pronto para abraçar Seus filhos, sem impor condições.

E se descobrirmos que faz muito tempo que não sentimos esse abraço Divino, tenhamos a certeza de que faz muito tempo que não o pedimos.

* * *

Victor Hugo, poeta e romancista francês, escreveu um dia: “Tenha coragem para lidar com as grandes tristezas da vida. E paciência para lidar com as pequenas.

E, depois de ter cumprido laboriosamente sua tarefa diária, vá dormir em paz.

Deus continua acordado.”

Pensemos nisso. Deus está sempre acordado, e velando por nós.



Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap. Consolador, de autoria de Joni Eareckson Tada, do livro Histórias para o coração da mulher, de Alice Gray, ed. United Press.

http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=761&let=&stat=0